Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSILANDIA RODRIGUES DA COSTA
DATA: 30/04/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Híbrida - Presencial e vídeo conferência -
TÍTULO:

NARRATIVAS DE MULHERES PECONHEIRAS DO RIO QUIANDUBA: questões raciais e de gênero na coleta do açaí.


PALAVRAS-CHAVES:

Interseccionalidade; gênero; raça; atividade peconheira; narrativas peconheiras.

PÁGINAS: 121
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:

A partir do tema gênero, raça e trabalho, temos como objeto de pesquisa intersecções de gênero e raça na atividade de trabalho das mulheres peconheiras, tendo como lócus de pesquisa a comunidade ribeirinha Rio Quianduba, em Abaetetuba – PA. Nos concentramos nas narrativas das peconheiras, buscando coletar e analisar, a partir de seus relatos, como as suas vivências, direcionadas pelo trabalho e pela identidade peconheira, são atravessadas por tais intersecções, visto que, em sua maioria, são mulheres negras que trabalham desde cedo no processo de colheita do açaí, incluindo a feitura das rasas, paneiros e outras cestarias. Para tanto, problematizamos como questão central de pesquisa: Como a atividade de trabalho das peconheiras da comunidade do Rio Quianduba apresenta intersecções de gênero e raça? Como possível resposta a essa problematização, entendemos que a atividade laboral das peconheiras da comunidade do Rio Quianduba apresenta complexidades impostas pelas dinâmicas que constituem as relações de interseccionalidade de gênero e raça nessa parte do território abaetetubense, considerando a ativa participação de mulheres peconheiras no processo manual do circuito do açaí. Considerando essa premissa, temos como objetivo geral: Discutir de que modo o trabalho das peconheiras da comunidade do Rio Quianduba, em Abaetetuba – PA, apresenta intersecções de gênero e raça, desvelando traços de uma identidade peconheira. No que concerne ao escopo teórico, nosso aporte concentra-se nos estudos sobre interseccionalidade, raça, gênero e trabalho, em viés antirracista e voltados às mulheres do campo/mulheres ribeirinhas. Teremos como aporte também estudos sobre identidade, considerando que identidade, gênero, raça e trabalho são construtos sociais que estão em constante processo de reelaboração, em meio às tensões sociais que se apresentam. Por sua vez, nos baseamos em uma metodologia qualitativa, tendo como base do estudo a perspectiva etnográfica. Para tanto, foram utilizadas, a par de uma metodologia inter e multidisciplinar, a pesquisa de campo, a observação participante e, como instrumentos metodológicos de coleta/registro de informações, as entrevistas semiestruturadas e a foto-documentação. Na tessitura deste estudo, evidencia-se que as narrativas apresentadas pelas quatro peconheiras entrevistadas possibilitam entrever as interseções entre gênero, raça e trabalho presentes no modo de viver dessas mulheres negras. Conjuntamente ao trabalho doméstico que lhes é relegado, são também as responsáveis pela participação no ciclo produtivo da cadeia do açaí, desde o fazer artesanal das cestarias, o processo da roçagem do açaizal, a colheita e debulhamento do açaí. Contudo, mesmo frente ao acúmulo de funções e sendo mal remuneradas por seus trabalhos, essas mulheres identificam-se com seus afazeres, indicando o orgulho de identidades que se atravessam: mulher, negra, peconheira e ribeirinha.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2524613 - BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO
Interno - 2244124 - ELIANA TELES RODRIGUES
Externo à Instituição - LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA
Presidente - 2478712 - VILMA NONATO DE BRICIO